quinta-feira, 23 de março de 2017

A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


Mulher é Sexo Frágil, Hein... 

Tem certeza mesmo?





Olá pessoas!

Hoje vou conversar com vocês sobre um livro que me fez pensar bastante e me causou vários questionamentos, estou falando do livro A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, da autora Svetlana Aleksiévitch.


Livro: A Guerra Não Tem Rosto de Mulher
Autora: Svetlana Aleksiévitch
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 392
Nota: 5/5

Sinopse: A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. 
É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.



A guerra não tem rosto de mulher, nos traz uma narrativa totalmente diferente da história tão conhecida como a 2ª Guerra Mundial. Svetlana Alexiévitch, nos mostra a guerra narrada por mulheres corajosas que foram para o front e lutaram bravamente.

Sendo totalmente sincera, não sei como expressar o que senti, depois que finalizei minha leitura. Nunca ouvi falar de mulheres na infantaria, sendo 1º sargento batedora, fuzileiras, tanquistas, francoatiradoras e em muitas outras funções geralmente ocupadas por homens. Nos filmes e documentários que assisti elas quase sempre são enfermeiras ou são do setor de comunicações. 

Esse livro esmiuçou minha alma, o que elas viveram é perturbador. São mães que perderam seus filhos e que tiveram que matar seus filhos, sofreram violência sexual, filhas que perderam seus pais e esposas sem seus maridos.

 A vida no front começou cedo, com 14..16..18 anos, algumas nem chegaram a terminar os estudos.

"Será que encontro as palavras? Sobre como eu atirava eu posso contar. Sobre como chorava não. Isso continuará não dito. Sei de uma coisa: na guerra, o ser humano se torna terrível e inconcebível. Como entendê-lo? 
Você é escritora. Invente algo você mesma. Algo bonito. Sem piolhos nem sujeira, sem vômito... Sem cheiro de vodca e sangue... Que não seja tão terrível quanto a vida..."
Anastassia Ivánovna, soldado, atiradora de metralhadora.


Um dos meus muitos choques foi que elas queriam participar ativamente das operações, não li nenhum relato de que tenham sido forçadas... Nada disso! Elas insistiam incessantemente nos locais de alistamento, por uma oportunidade de defender seu país, seu ideal comunista.

Elas frequentemente diziam que na guerra elas não temiam a morte, e mesmo as que tinham quando viam seu primeiro cadáver perdiam esse medo também. Algumas pararam de menstruar, não se sentiam mulheres, não sabiam como voltar a ser uma mulher, outras temiam morrer feias. Antes de qualquer outra coisa eram SOLDADOS.

   Nunca fui de sonhar com personagens de livros (infelizmente, porque tem uns que você nem quer acordar 😏), mas com esse eu sonhei, e foi muito real e assustador.

 A escrita da Svetlana me fez sentir que eu estava naquele front, com aquelas mulheres e se eu recomendo? Sim! Leiam pra ontem! Ele sempre será minha primeira indicação no quesito melhor livro que já li na vida.




Então é isso... Eu que quase nasci sem um coração precisei respirar fundo em vários momentos durante essa leitura, mas se você tiver a oportunidade de mergulhar nessa leitura, respire fundo e se jogue! Vale muito a pena.


Abraços,

Débora 😘


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